"Nuvem Soberana" do Governo Lula Depende de Tecnologia Americana para Operar
- Luana Valente

- 5 de set.
- 2 min de leitura

A proposta do governo federal de criar uma “nuvem soberana” para armazenar e proteger dados sensíveis do Estado brasileiro tem gerado controvérsia após revelações de que a infraestrutura tecnológica necessária para sua implementação depende de uma plataforma americana.
A estatal Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) contratou, por um período de 36 meses, o direito de uso da plataforma norte-americana Cloudera. O objetivo declarado é garantir privacidade e controle dos dados públicos por meio da chamada “Nuvem de Governo”.
A iniciativa, que também envolve a Dataprev, foi anunciada como um passo rumo à soberania digital brasileira. No entanto, especialistas e críticos apontam que a dependência de uma empresa sediada nos Estados Unidos contradiz esse princípio. Em caso de sanções ou decisões políticas da Casa Branca, a operação da nuvem poderia ser comprometida, colocando em risco o acesso e a segurança dos dados governamentais.
A aquisição da Cloudera foi realizada por meio do programa Managed Service Providers (MSP), com pregão marcado para o dia 12 de setembro. Críticos alegam que a falta de investimento em tecnologia nacional e a ausência de qualificação técnica para desenvolver uma solução própria levaram o governo a recorrer a uma alternativa estrangeira, enfraquecendo o discurso de independência digital.
A decisão tem sido alvo de críticas por parte de parlamentares e analistas políticos, que veem na medida uma incoerência entre o discurso oficial e a prática administrativa. A oposição tem usado o episódio para questionar a capacidade do governo de implementar políticas tecnológicas autônomas e sustentáveis.
A “nuvem soberana” brasileira, idealizada como um marco de proteção e autonomia digital, enfrenta agora o desafio de justificar sua dependência de tecnologia estrangeira. O factual impulsiona o debate sobre a necessidade de investimentos robustos em inovação nacional e sobre os limites da soberania em um mundo cada vez mais interconectado.






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