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Obra de saneamento para a COP30 exclui comunidade de palafitas em Belém



Lucas Borges Teixeira
Lucas Borges Teixeira

Belém, Pará – A construção de uma estação elevatória de esgoto na Vila da Barca, maior comunidade de palafitas da capital paraense, tem gerado indignação entre os moradores. A obra, parte dos preparativos para a COP30, evento climático da ONU que ocorrerá em novembro, não incluirá diretamente a comunidade no sistema de saneamento, beneficiando, em vez disso, bairros nobres da cidade.


A estação elevatória, que está sendo erguida na entrada da Vila da Barca, terá a função de bombear o esgoto de áreas como Nazaré, Reduto e Umarizal para a estação de tratamento do Una. O projeto, financiado pela Itaipu Binacional, conta com um investimento de R$ 25 milhões e prevê 7.600 metros de rede coletora de esgoto A. No entanto, os moradores da Vila da Barca afirmam que continuarão sem acesso ao saneamento básico, despejando esgoto diretamente no rio.


“Vai construir aqui, mas para os outros. A gente vai continuar jogando esgoto no rio sem ser beneficiado”, lamenta Susane Barreirinhas, educadora e líder comunitária. A associação de moradores também se manifestou contra a exclusão da comunidade, destacando que as casas sobre palafitas não foram incluídas no projeto.


A previsão de conclusão da obra é agosto deste ano, mas os moradores seguem protestando e exigindo que o saneamento chegue às palafitas. “Para eles, está tudo lindo para a COP30, mas o morador daqui vai seguir sem saneamento. Tá certo isso?”, questiona Barreirinhas.


A Vila da Barca, uma das maiores comunidades de palafitas do Brasil, abriga cerca de 5 mil moradores em aproximadamente 400 palafitas, nenhuma delas conectada à rede de esgoto A. A exclusão da comunidade do projeto de saneamento levanta debates sobre desigualdade social e ambiental em meio aos preparativos para um dos maiores eventos climáticos do mundo.


Em nota, a Seop (Secretaria de Estado de Obras Públicas), declara que “a obra foi projetada para coleta, transporte, tratamento e lançamento ambientalmente adequado de esgotamento sanitário. O dispositivo utilizado para transpor o esgoto entre essas diferenças topográficas é a Estação Elevatória, que viabiliza, então, o transporte até a Estação de Tratamento”.


Já o governo afirma que a estação "não gera efluente, não realiza tratamento e não promove lançamento de esgoto no local" e que a obra "segue rigorosamente as normas técnicas e ambientais vigentes”. Além disso, "o esclarecimento sobre a natureza e o funcionamento da estação foi prestado à comunidade e está disponível".



*Com informações do UOL



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