Oposição projeta mais de 300 votos por anistia; governo Lula intensifica articulação para barrar proposta
- Luana Valente

- 16 de set.
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A proposta de anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 voltou ao centro do debate político nacional. Parlamentares da oposição afirmam ter reunido mais de 300 votos favoráveis à medida na Câmara dos Deputados, número suficiente para aprovar o projeto com folga. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, mobiliza sua base aliada para tentar impedir o avanço da proposta, considerada uma ameaça à responsabilização dos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
A proposta de anistia, encabeçada por deputados da oposição, busca extinguir punições judiciais e administrativas contra manifestantes que participaram dos atos em Brasília. A justificativa apresentada pelos defensores da medida é de que muitos dos envolvidos foram “vítimas de excessos” por parte das autoridades e que a anistia seria um gesto de pacificação nacional.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), defende a anistia a Bolsonaro e tem utilizado o número de signatários do pedido de urgência, 262, para argumentar que há mais votos para aprovar o requerimento e o projeto. Segundo cálculos de outros deputados da oposição, no entanto, o placar da urgência deve ficar entre 320 e 330 votos, somente se a proposta não incluir Bolsonaro.
De acordo com um mapeamento de opositores, desses 320 votos, seriam 88 do PL, 50 a 52 votos do União Brasil, 45 votos do PP, 30 a 33 votos do PSD, 30 a 33 votos do Republicanos e 20 a 25 votos do MDB. Defensores da anistia contam ainda com votos de bancadas menores, como Podemos, PSDB, Avante, PRD e Partido Novo.
Movimentos conservadores e bolsonaristas intensificaram campanhas nas redes sociais em apoio à medida, convocando manifestações em diversas capitais.
O presidente Lula (PT) se reuniu nesta segunda-feira (15), no Palácio da Alvorada, com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo fontes do governo, Lula reforçou a posição contrária do governo em relação à votação de um projeto de anistia.






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