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Pequena loja de queijos do Amapá vence leilão de arroz do PT

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Atualizado: 8 de jun. de 2024



Empresa Wisley A. de Souza Ltda., do Macapá, é a grande vencedora do leilão de 263 mil toneladas de arroz importado; locadora de veículos também está entre os ganhadores. Certame da Conab pode ser o novo grande escândalo do partido


Depois de Celso Daniel, do Mensalão, do Petrolão e da descondenação de Lula, pode estar surgindo um novo grande escândalo do PT.


Nesta quinta-feira (6), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou um leilão para a importação de arroz, despertando uma série de suspeitas e controvérsias no mercado. O certame, com o objetivo de combater a especulação de preços do arroz no Brasil, resultou na contratação de quatro empresas para a importação de 263,37 mil toneladas do cereal, somando um valor de R$ 1,3 bilhão. Entre os vencedores, uma empresa em particular chamou a atenção e levantou questionamentos: a Wisley A. de Sousa Ltda.


Wisley Alves de Sousa, proprietário de uma modesta loja de queijos em Macapá, capital do Amapá, se tornou a maior vencedora do leilão da Conab, arrematando seis lotes, totalizando 147 mil toneladas de arroz por R$ 736 milhões. A empresa, pouco conhecida no mercado de grãos, possui um capital social de apenas R$ 5 milhões, conforme registros da Receita Federal. Este descompasso entre o capital social da empresa e o volume financeiro do contrato gerou grande ceticismo entre especialistas e observadores do setor.


Segundo reportagem do site The AgriBiz, a sede da empresa, uma pequena loja chamada “Queijo Minas”, localizada em um bairro de Macapá, não aparenta ter a estrutura necessária para manejar um contrato dessa magnitude. Com apenas 1.010 seguidores no Instagram, a loja oferece produtos como cebola, óleo e ovos, típicos de uma mercearia de bairro, o que intensifica as dúvidas sobre sua capacidade de cumprir o contrato com a Conab.


Uma das exigências do contrato é o pagamento de uma caução de R$ 36,8 milhões, como garantia de execução. Observadores têm manifestado grande ceticismo sobre a capacidade de Wisley de Souza de cumprir essa condição. Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, criticou a intervenção governamental e destacou a importância de avaliar a experiência das empresas vencedoras no agronegócio. Segundo ele, a falta de experiência de algumas das empresas vencedoras pode comprometer a eficácia do leilão e a entrega dos produtos.


Além da Wisley A. de Sousa LTDA, outras três empresas venceram o leilão: Zafira Trading, Icefruit e ASR Locação de Veículos e Máquinas. A Zafira Trading, com sede em Santa Catarina, arrematou sete lotes, totalizando 73,8 mil toneladas de arroz por R$ 368 milhões. A Icefruit, localizada em Tatuí (SP), obteve dois lotes, somando 19,7 mil toneladas por R$ 98 milhões. A ASR Locação de Veículos, com base em Brasília, surpreendeu ao vencer dois lotes para importar 22,5 mil toneladas por R$ 112,5 milhões.


Locadora de veículos e compradora de arroz


A participação da ASR Locação de Veículos no leilão também levantou suspeitas. A empresa, que atua no setor de locação de veículos, possui entre suas atividades secundárias o comércio atacadista de cereais e leguminosas. Crispiniano Espindola Wanderley, proprietário da ASR e figura relativamente conhecida na política do Distrito Federal, tem um histórico de envolvimento em leilões da Conab, apesar de sua empresa não ter uma trajetória consolidada no agronegócio.

A falta de concorrência entre os vendedores foi um dos pontos críticos do leilão. Dos 17 lotes comprados, apenas dois tiveram mais de uma oferta, o que levanta questionamentos sobre a transparência e a competitividade do certame. Além disso, a aquisição de arroz por uma locadora de veículos e uma pequena mercearia de bairro amplificou as dúvidas sobre a idoneidade das empresas participantes.


O regime PT-STF justificou o leilão como uma medida para combater a especulação de preços e garantir o abastecimento do mercado interno. No entanto, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outros críticos afirmam que a ação é populista e desconsidera a dinâmica da oferta e demanda global. Segundo Ivan Wedekin, o arroz importado só deve chegar ao Brasil em setembro, quando os problemas de abastecimento já estarão resolvidos, questionando a efetividade da medida.



BSM




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