Petrobras registra menor valor de mercado em dois anos e acende alerta no mercado financeiro
- Luana Valente
- 11 de abr.
- 2 min de leitura

A Petrobras, maior estatal brasileira do setor de energia, atingiu nesta sexta-feira, 11, seu menor valor de mercado em dois anos. As ações da companhia foram negociadas a pouco mais de R$ 30, um patamar que não era registrado desde 2023. O desempenho negativo reflete uma combinação de fatores globais e internos que têm pressionado o setor de petróleo e gás.
Na última quinta-feira, 10, os papéis da Petrobras já haviam recuado 6,5%, e nesta sexta-feira registraram nova queda de 1%. A desvalorização ocorre em meio à queda acentuada nos preços do petróleo no mercado internacional. O barril do tipo Brent, referência global, foi negociado a US$ 63, um dos menores valores desde 2020. Essa queda é atribuída a tensões comerciais globais, incluindo políticas tarifárias adotadas pelo governo dos Estados Unidos, e ao temor de uma recessão econômica mundial, que pode reduzir a demanda por combustíveis fósseis.
Além disso, o cenário interno também contribui para o pessimismo. Os preços da gasolina no Brasil estão 7% acima da paridade internacional, o que representa uma defasagem de R$ 0,20 por litro. Essa situação aumenta a pressão sobre a Petrobras, que pode ser forçada a ajustar os preços para manter a competitividade, impactando ainda mais sua receita.
Outro ponto de preocupação é a possibilidade de redução no pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas. Apesar de a estatal manter seu endividamento sob controle, a queda no preço do petróleo pode levar a uma política mais conservadora na distribuição de lucros. Analistas do mercado destacam que o futuro da Petrobras dependerá, em grande parte, da recuperação dos preços do petróleo e da estabilidade econômica global.
O desempenho da Petrobras não apenas afeta seus acionistas, mas também gera impactos significativos no mercado financeiro brasileiro, que monitora de perto os desdobramentos dessa crise. A volatilidade no setor de energia reforça a necessidade de estratégias cautelosas por parte de investidores e gestores da companhia.
A situação atual da Petrobras é um reflexo das incertezas que permeiam o mercado global de energia, e os próximos meses serão cruciais para determinar o rumo da maior estatal do Brasil.
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