
Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito que investigava os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) por suposto recebimento de propina para favorecer interesses do grupo farmacêutico Hypermarcas, atualmente Hypera Pharma.
O pedido foi formalizado pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que argumentou a falta de provas suficientes para sustentar as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra os parlamentares. Segundo Gonet, as acusações baseavam-se principalmente em delações premiadas, sem a devida corroboração por outras evidências materiais.
O inquérito, iniciado em 2018 no âmbito da Operação Lava Jato, teve como ponto de partida a delação de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas. A investigação apontava que a empresa teria pago propinas aos senadores em troca de benefícios fiscais e indicações de nomes para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, a PGR destacou que os Relatórios de Inteligência Financeira não conseguiram estabelecer uma conexão direta entre as transações atípicas e os parlamentares.
Com a ausência de provas concretas, a PGR recomendou que o caso seja retirado do STF, uma vez que os demais investigados não possuem foro privilegiado. Os autos devem ser remetidos à Seção Judiciária do Distrito Federal para continuidade das investigações em primeira instância.
O senador Renan Calheiros não se pronunciou sobre o pedido de arquivamento, enquanto o advogado de Eduardo Braga, Fabiano Silveira, afirmou que a defesa sempre acreditou na falta de fundamento das acusações e que o arquivamento era esperado.
Este desdobramento marca mais um capítulo na série de investigações derivadas da Operação Lava Jato, que continua a impactar o cenário político brasileiro.
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