PL suspende salário e atividades partidárias de Jair Bolsonaro

Decisão ocorre após cassação de direitos políticos pelo STF

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O Partido Liberal (PL) anunciou a suspensão do salário e das atividades partidárias do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi tomada em cumprimento à legislação que impede a manutenção de funções partidárias para pessoas que tiveram seus direitos políticos cassados. Bolsonaro, que ocupava o posto de presidente de honra da legenda desde 2021, recebia remuneração mensal que variava entre R$ 33,8 mil e R$ 42 mil, além de benefícios que elevavam sua renda para mais de R$ 100 mil.

A decisão do PL foi motivada pela condenação de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou o trânsito em julgado da Ação Penal 2668. O processo resultou em pena de 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente foi preso em 25 de novembro de 2025 e está custodiado na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília. A condenação também suspendeu automaticamente seus direitos políticos, inviabilizando sua atuação em partidos.

Em nota oficial, o PL afirmou que, “infelizmente, por decorrência da lei e em razão da suspensão dos direitos políticos do nosso presidente de honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias de nosso líder estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração”. Apesar da perda do salário pago pelo partido, Bolsonaro continuará recebendo duas aposentadorias, que não foram afetadas pela decisão judicial.

A suspensão representa um marco de ruptura institucional entre Bolsonaro e o PL, ainda que sua filiação permaneça formalmente suspensa apenas enquanto durar a condenação. O episódio reforça o isolamento político do ex-presidente e abre espaço para disputas internas sobre quem assumirá o papel de liderança simbólica dentro da legenda.