
A Polícia Federal (PF) solicitou à Justiça Federal a reconsideração da ordem para instaurar um inquérito contra o soldado israelense Yuval Vagdani, acusado de supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza. O pedido foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira.
A decisão judicial, emitida pela juíza Raquel Soares Chiarelli durante o plantão de 30 de dezembro de 2024, baseou-se em denúncias apresentadas pela Fundação Hind Rajab (HRF), uma organização internacional dedicada à documentação de crimes contra palestinos. A denúncia alega que Vagdani participou da destruição do corredor Netzarim, causando danos indiscriminados à população civil.
No entanto, a PF argumenta que não há elementos suficientes para a instauração da investigação e que o soldado já deixou o Brasil. Além disso, os investigadores destacam que a medida poderia abrir um precedente para a criação de competência brasileira para investigar ações de estrangeiros fora do país, o que não é previsto pela legislação nacional.
A advogada Maira Machado Frota Pinheiro, uma das responsáveis pela notícia-crime, afirmou que a saída rápida do militar israelense do Brasil não foi surpreendente, citando casos semelhantes em outros países. O governo israelense, por sua vez, negou qualquer envolvimento na saída de Vagdani e alertou seus cidadãos sobre o risco de processos judiciais infundados devido a publicações nas redes sociais.
O pedido de reconsideração da PF está embasado em questões técnicas e jurídicas, ressaltando a necessidade de uma análise detalhada antes de avançar para a instauração formal de um inquérito policial.
コメント