Pressão internacional sobre a COP30: delegações pedem mudança de sede
- Luana Valente
- há 2 dias
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A menos de 100 dias do início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), cresce a pressão internacional para que o evento seja transferido para outra cidade. Pelo menos 25 delegações já assinaram uma carta oficial solicitando a mudança de sede, citando preços abusivos de hospedagem, problemas logísticos e falta de infraestrutura adequada. As informações foram obtidas através do documento, ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso.
Principais pontos da carta enviada à organização da COP30 e à UNFCCC:
• Hotéis em Belém estariam cobrando até 15 vezes o valor habitual das diárias.
• A cidade enfrenta déficit de leitos, insegurança e dificuldades de deslocamento, especialmente para atividades noturnas.
• Os signatários pedem que, caso os problemas não sejam resolvidos, parte do evento seja transferida para outro local.
Quem está pressionando?
Entre os países que assinaram o documento estão representantes de nações como Áustria, Bélgica, Canadá, Suécia e Suíça, além de blocos como o Grupo de Países Menos Desenvolvidos (LDC) e o Grupo de Negociadores Africanos.
O presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, confirmou que o pedido de transferência foi feito em reunião recente. Ele reconheceu que o aumento nos preços é comum em conferências internacionais, mas classificou o caso de Belém como “abuso”.
A Casa Civil está liderando negociações para conter a escalada nos preços, mas enfrenta limitações legais para impor controle sobre tarifas de hospedagem. Alternativas como o uso de residências populares, escolas públicas, Airbnb e até navios cruzeiros estão sendo avaliadas.
A discussão sobre a possível mudança de sede deve voltar à pauta em 11 de agosto, segundo o diplomata Richard Muyungi, representante dos países africanos.
Apesar das críticas, os signatários reconhecem o valor simbólico de Belém como sede da COP30, por sua localização estratégica na Amazônia. No entanto, alertam que condições mínimas de participação precisam ser garantidas para que o evento seja inclusivo e eficaz.
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