Ratinho leva Flávio Bolsonaro ao SBT em meio a polêmica causada pela visita de Lula; Zezé Di Camargo critica emissora
- Luana Valente

- há 9 horas
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A presença do senador Flávio Bolsonaro no programa de Ratinho, exibido pelo SBT, reacendeu o debate sobre a postura da emissora diante de figuras políticas. O convite ocorreu poucos dias após a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mesmo espaço televisivo, episódio que gerou desconforto entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e abriu uma crise interna na emissora.
Ratinho, conhecido por sua proximidade com o bolsonarismo, buscou equilibrar o cenário ao levar Flávio Bolsonaro ao palco, em uma tentativa de sinalizar neutralidade ou, ao menos, reduzir o desgaste junto ao público conservador. A movimentação foi interpretada como uma resposta direta às críticas que o SBT recebeu após a entrevista com Lula, vista por parte da audiência como uma concessão excessiva ao governo atual.
O episódio ganhou ainda mais repercussão quando o cantor Zezé Di Camargo, também alinhado ao bolsonarismo, manifestou publicamente sua insatisfação com a emissora. O sertanejo criticou a presença de Lula no programa, afirmando que a decisão do SBT representava uma quebra de confiança com parte de seus telespectadores. A fala de Zezé reforçou a pressão sobre a emissora, que já vinha sendo alvo de questionamentos nas redes sociais.
A estratégia de Ratinho ao receber Flávio Bolsonaro pode ser entendida como uma tentativa de reposicionar o programa dentro do debate político, evitando que o espaço seja associado exclusivamente a um campo ideológico. No entanto, a iniciativa também expõe a dificuldade das emissoras de televisão em lidar com a polarização política que marca o país. Ao mesmo tempo em que busca audiência, o SBT se vê pressionado por diferentes grupos que exigem representatividade e espaço para suas lideranças.
A crise evidencia como a presença de figuras políticas em programas de entretenimento se tornou um campo de disputa simbólica. Lula, ao comparecer ao SBT, reforçou sua estratégia de comunicação direta com o público popular, enquanto Flávio Bolsonaro buscou reafirmar a força de sua família no cenário político. Já Ratinho, ao abrir espaço para ambos, tenta preservar sua relevância e audiência, mas enfrenta o desafio de não ser visto como parcial em um ambiente cada vez mais polarizado.
O caso também mostra como artistas e personalidades públicas, como Zezé Di Camargo, têm se engajado no debate político, ampliando a repercussão de episódios. A crítica do cantor, somada à reação de uma parte expressiva da audiência, coloca o SBT em uma posição delicada, obrigando a emissora a administrar não apenas sua grade de programação, mas também os impactos políticos de suas escolhas.
Em resumo, a ida de Flávio Bolsonaro ao programa de Ratinho foi mais do que uma entrevista: tornou-se um movimento estratégico na tentativa de conter danos decorrente do deslize da emissora em ter dado espaço para discursos políticos no palco da televisão brasileira.






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