Reação de Motta sobre risco de ser sancionado por Trump
- Luana Valente
- 24 de jul.
- 2 min de leitura

Brasília — Em meio às discussões na Casa Branca sobre possíveis sanções contra autoridades brasileiras, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou uma postura cautelosa e diplomática diante da ameaça de ser alvo de medidas punitivas pelo governo de Donald Trump.
Segundo interlocutores próximos, Motta afirmou que eventuais retaliações devem ser tratadas no campo diplomático e comercial, evitando transformar o episódio em um embate político ou ideológico. A possibilidade de perder o visto para os Estados Unidos, uma das sanções cogitadas, foi classificada por ele como uma “decisão soberana do governo americano”, que deve ser respeitada para evitar novos atritos.
A reação ocorre após especulações de que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), poderiam ser punidos com base na Lei Magnitsky, instrumento utilizado pelos EUA em casos de violação de direitos humanos. A motivação seria a demora na tramitação do projeto de lei que concede anistia a réus e condenados pela suposta tentativa de golpe de Estado — medida que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista à coluna Metrópoles, o senador Flávio Bolsonaro (PL) declarou acreditar que as sanções impostas por Trump poderiam influenciar diretamente a atuação de Motta e Alcolumbre no Congresso. A oposição, por sua vez, pressiona o presidente da Câmara a pautar o projeto de anistia, enquanto exige que o Senado avance com pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
Apesar da tensão diplomática, Motta reforçou que não pretende responder diretamente a Trump nem transformar o episódio em uma disputa pessoal. A estratégia, segundo aliados, é manter o foco institucional e evitar que o impasse tensione ainda mais as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
Comments