Trump avalia sanções contra Hugo Motta e Davi Alcolumbre
- Luana Valente
- 24 de jul.
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O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, passou a considerar sanções contra os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em meio a crescentes tensões diplomáticas entre os dois países.
Segundo fontes da Casa Branca, o descontentamento americano decorre da postura dos parlamentares brasileiros em relação a temas considerados sensíveis por Washington. Motta tem sido criticado por travar a votação do projeto de lei que concede anistia a réus e condenados pelos atos do 8 de janeiro — medida que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Já Alcolumbre é alvo de reprovação por não pautar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, que já teve o visto americano revogado.
A principal ferramenta em análise para aplicação das sanções é a Lei Magnitsky, que permite ao governo dos EUA punir autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos, incluindo restrições a operações em dólar e congelamento de bens. Embora inicialmente voltada ao ministro Moraes, a Casa Branca avalia estender a medida a Motta e Alcolumbre, dependendo da reação do Congresso brasileiro.
Ambos os líderes legislativos têm demonstrado alinhamento ao presidente Lula e evitado confrontos diretos com o Supremo, o que tem frustrado setores conservadores nos EUA e no Brasil. Recentemente, Motta vetou o funcionamento de comissões durante o recesso parlamentar, impedindo que aliados de Bolsonaro acelerassem projetos em resposta às decisões judiciais contra o ex-presidente.
A possível sanção representa uma escalada inédita nas relações entre Washington e Brasília, ampliando o foco das críticas americanas que antes se concentravam no Judiciário brasileiro. A movimentação ocorre em paralelo ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, também atribuídas à insatisfação de Trump com o tratamento dado a Bolsonaro, além dos acordos com países engajados com a cúpula dos Brics, e compra de petróleo na Rússia.
Até o momento, a diplomacia brasileira ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tema.
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