
Em um julgamento que durou dois dias, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O veredicto foi anunciado nesta quinta-feira (31), exatos seis anos, sete meses e 17 dias após o crime que chocou o Brasil e gerou repercussão mundial.
Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão. Já Élcio de Queiroz, que dirigiu o veículo utilizado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão. Ambos foram considerados culpados por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado, e receptação do veículo usado no crime.
A sentença foi lida pela juíza Lúcia Mothé Glioche, titular do 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro. Durante a leitura, a emoção tomou conta do tribunal, com familiares e amigos das vítimas em lágrimas. Marinete e Antônio, pais de Marielle, e Luyara, sua filha, estavam presentes, assim como Mônica Benício, viúva da vereadora, e Ágatha Reis, viúva de Anderson.
Apesar das penas severas, Lessa e Queiroz poderão cumprir menos tempo na prisão devido a um acordo de delação premiada. Lessa poderá sair em regime semiaberto em 2037 e ficar livre em 2039, enquanto Queiroz poderá deixar a cadeia em 2031.
O caso ainda não está totalmente encerrado, pois os supostos mandantes do crime ainda serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A condenação de Lessa e Queiroz representa um passo significativo na busca por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes, mas a sociedade continua a exigir respostas completas sobre os motivos e os responsáveis por trás desse crime brutal.
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