Senador dos EUA alerta que Brasil pode enfrentar sanções por comércio com a Rússia
- Luana Valente
- 14 de jul.
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Em meio à intensificação da guerra na Ucrânia, o senador republicano Lindsey Graham, aliado próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (13), que o Brasil pode ser alvo de sanções econômicas por manter relações comerciais com a Rússia. A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Face the Nation, da emissora americana CBS.
Segundo Graham, países como Brasil, China e Índia estão “sustentando a máquina de guerra de Putin” ao continuar comprando petróleo e outros produtos russos. O senador defende um projeto de lei bipartidário que permitiria ao presidente dos EUA impor tarifas de até 500% sobre produtos de países que negociam com Moscou, especialmente em setores energéticos como petróleo, gás e urânio.
O Brasil aparece como um dos principais importadores de diesel russo, com compras que ultrapassaram US$ 5 bilhões em 2024. Graham alertou que, caso o país continue com esse tipo de comércio, poderá “se prejudicar muito” economicamente. A proposta legislativa já conta com o apoio de 85 senadores e pode ser votada ainda neste mês.
O projeto também prevê o uso de ativos russos congelados nos EUA e na Europa para financiar a defesa da Ucrânia, além do envio de armamentos em “nível recorde” para Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou apoio à iniciativa, classificando-a como essencial para conter as ambições de Moscou.
A relação entre o governo Lula e a Casa Branca já vinha enfrentando tensões. Na semana passada, os EUA anunciaram uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, e o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil anunciará medidas de resposta até esta terça-feira (15).
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que Trump está “frustrado” com as negociações comerciais com o Brasil e que o país precisa “escolher entre ajudar a Rússia ou manter acesso ao mercado americano”.
A proposta de Graham representa uma escalada na pressão dos EUA contra países que mantêm laços econômicos com a Rússia. A medida, se aprovada, poderá redefinir o posicionamento diplomático e comercial do Brasil no cenário global, especialmente em relação aos BRICS e à política externa do governo Lula.
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