
Uma crise interna se instaurou no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) após servidores públicos publicarem uma carta aberta exigindo a exoneração do presidente Marcio Pochmann, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho do ano passado. A carta, divulgada na última sexta-feira (20), acusa Pochmann de adotar uma gestão centralizadora, arbitrária e autocrática, prejudicando o funcionamento do instituto.
Os servidores destacaram quatro principais críticas à gestão de Pochmann: a criação sigilosa da fundação “IBGE+”, a reformulação do estatuto do IBGE, as frequentes viagens do presidente em um cenário de escassez de recursos e as mudanças no regime de trabalho dos funcionários. A fundação IBGE+, uma entidade de apoio de direito privado, foi criada sem diálogo com os trabalhadores, gerando dúvidas sobre sua finalidade e independência técnica e administrativa.
Além disso, a reformulação do estatuto do IBGE está sendo conduzida de forma pouco transparente, impactando a governança do instituto. As frequentes viagens de Pochmann também foram alvo de críticas, especialmente em um período de dificuldades financeiras que levou o órgão a atrasar aluguel e comprometer pesquisas.
A insatisfação dos servidores culminou na convocação de um ato de protesto pelo sindicato nacional dos servidores do IBGE, Assibge-SN, marcado para o dia 26 de setembro em frente à sede do IBGE no Rio de Janeiro. O sindicato pede mudanças no regime de trabalho e maior transparência nas decisões da gestão atual.
A presidência do IBGE ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações e o pedido de exoneração de Pochmann.
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