Em Belém, servidores protestam contra possível privatização do PSM da 14 de Março
- Luana Valente
- há 2 dias
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Atualizado: há 2 dias
Na manhã desta segunda-feira (23), dezenas de servidores públicos e funcionários da saúde realizaram uma manifestação em frente ao Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, conhecido como PSM da 14 de Março, em Belém. O ato foi motivado por denúncias de que a unidade hospitalar estaria prestes a passar por um processo de privatização ou até mesmo fechamento parcial.
Os manifestantes carregavam faixas e cartazes com frases como “reforma sim! Fechamento e remanejamento de servidores não!”. Segundo os organizadores, a mobilização busca chamar atenção da sociedade e pressionar a Prefeitura de Belém a esclarecer os planos para o futuro da unidade, considerada uma das mais importantes da capital paraense no atendimento de urgência e emergência.
As preocupações dos servidores ganharam força após a publicação de uma portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SESMA), autorizando a entrega da gestão de outras unidades, como as UPAs da Sacramenta e Icoaraci, a organizações sociais privadas. A medida, segundo os trabalhadores, representa um avanço do processo de terceirização da saúde pública municipal.
Além disso, denúncias apontam que o PSM da 14 poderá deixar de funcionar com atendimento “de portas abertas” — modelo que garante acesso irrestrito à população — para operar com sistema referenciado, exigindo encaminhamento prévio para atendimento.
A situação do hospital já vinha sendo alvo de críticas. Relatórios recentes do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) e da Defensoria Pública da União (DPU) apontaram falhas graves na estrutura e no funcionamento da unidade, como falta de medicamentos, insumos básicos, atraso salarial e até interdição de setores essenciais como a área de transfusão de sangue. A DPU recomendou medidas urgentes, incluindo a construção de um novo prédio, diante do comprometimento estrutural da atual sede.
A Prefeitura de Belém ainda não se pronunciou oficialmente sobre a manifestação desta manhã nem sobre as denúncias de privatização. Enquanto isso, os servidores prometem manter a mobilização e buscar apoio de entidades como o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que já acompanha a situação do hospital.
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