Tarcísio propõe união para enfrentar tarifa de 50% dos EUA
- Luana Valente
- 12 de jul.
- 2 min de leitura
Cerquilho (SP) — Em meio à crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adotou neste sábado (12) um discurso conciliador e defendeu a união de esforços entre os entes federativos e o governo federal para enfrentar os impactos da nova taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
A medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, afeta diretamente setores estratégicos da economia brasileira, como a indústria aeronáutica, o agronegócio e a produção de açúcar e etanol. Segundo Tarcísio, a tarifa pode inviabilizar exportações e comprometer contratos bilionários, como os da Embraer com companhias aéreas dos EUA.
Impactos econômicos e diplomacia
Durante evento em Cerquilho, o governador afirmou que “é um momento que demanda união de esforços, demanda sinergia, porque é algo complicado para o Brasil, para a nossa indústria e para o agronegócio”. Ele destacou que São Paulo está contribuindo com dados econômicos para fortalecer a atuação diplomática do governo federal nas negociações internacionais.
A mudança de postura ocorre após críticas iniciais de Tarcísio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem havia atribuído responsabilidade pela taxação. Agora, o governador reconhece que a competência para negociação é do governo federal e que o foco deve ser “resolver a questão com racionalidade, deixando de lado disputas políticas”.
Entre os setores mais prejudicados, Tarcísio citou:
• Aviação: A Embraer pode ter acréscimos de até US$ 9 milhões por aeronave vendida aos EUA B.
• Agronegócio: Produtos como suco de laranja, açúcar e etanol podem perder competitividade no mercado americano.
• Indústria paulista: Empresas exportadoras enfrentam risco de cancelamento de contratos e queda na produção.
A decisão de Trump foi acompanhada de críticas ao governo brasileiro e menções ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em carta oficial, o republicano alegou que a medida foi motivada por “ataques insidiosos contra eleições livres” e pela “violação da liberdade de expressão”.
O presidente Lula rebateu afirmando que o Brasil é uma nação soberana e não aceitará ser tutelado por nenhum país. Não houve diálogo direto entre os dois líderes, e Donald Trump reforçou que, no momento, não pretende conversar com Lula.
Tarcísio reforçou também que o estado de São Paulo continuará atuando como interlocutor econômico, fornecendo dados e análises para embasar decisões diplomáticas. “Vamos ver se conseguimos resolver isso no intuito de contribuir com a informação”, concluiu.
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