Alcolumbre ameaça endurecer relação com Planalto
- Luana Valente

- 26 de nov.
- 2 min de leitura
Presidente do Senado teria dito em reunião reservada que mostrará ao governo como é não ter aliado no comando da Casa

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), teria afirmado em encontro a portas fechadas que pretende mostrar ao governo federal “como é não ter presidente do Senado aliado”. A declaração, revelada por interlocutores, ocorreu em meio à insatisfação com a escolha de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF), feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem consulta prévia ao Congresso.
A irritação de Alcolumbre se deve ao fato de que defendia outro nome para a vaga, o de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado político. Dois dias antes da oficialização da indicação de Messias, Alcolumbre já havia advertido o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), para que não fosse mais procurado sobre o tema.
O episódio abriu uma crise de confiança entre o Senado e o Planalto. Analistas apontam que Alcolumbre pode adotar uma postura menos colaborativa com o Executivo, inclusive permitindo a tramitação de propostas de impacto fiscal, como a chamada “pauta-bomba” aprovada recentemente.
A tensão se refletiu em gestos políticos: tanto Alcolumbre quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiram não comparecer à cerimônia de sanção da lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, realizada no Palácio do Planalto. O gesto foi interpretado como sinal de distanciamento dos chefes do Legislativo em relação ao governo.
Apesar das declarações atribuídas a ele, Alcolumbre nega que esteja agindo em retaliação. Em entrevistas, afirma que apenas exerce suas prerrogativas constitucionais como presidente do Congresso e que não busca criar crises políticas.






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