Alexandre Frota tem mandato de vereador cassado em Cotia após condenação por calúnia e difamação
- Luana Valente

- 4 de out.
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Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
O ex-deputado federal e agora ex-vereador de Cotia (SP), Alexandre Frota (PDT), teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal da cidade na sexta-feira, 3. A decisão foi tomada após o trânsito em julgado de uma condenação criminal por calúnia e difamação contra o também ex-deputado Jean Wyllys (PT), em um processo que se arrastava desde 2017.
A origem da cassação remonta a uma publicação feita por Frota em suas redes sociais, em abril de 2017. Na ocasião, ele compartilhou uma imagem de Jean Wyllys com uma frase atribuída falsamente ao ex-parlamentar: “A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal (sic), anormal é o seu preconceito”. A postagem viralizou, gerando milhares de compartilhamentos e comentários. Wyllys negou veementemente ter proferido tal afirmação e moveu uma ação judicial contra Frota.
Em 2018, Frota foi condenado pela 2ª Vara Federal de Osasco a dois anos e 26 dias de detenção em regime aberto, além do pagamento de 175 dias-multa. A pena pode ser convertida em prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana. Após recorrer às instâncias superiores sem sucesso, a sentença tornou-se definitiva em agosto de 2025.
A cassação foi oficializada pelo presidente da Câmara de Cotia, Osmar Danilo da Silva (Republicanos), com base na Constituição Federal e na Lei Orgânica do Município. Segundo ele, a perda do mandato se deu “em razão da condenação criminal por crime doloso, com sentença definitiva e irrecorrível”.
Em pronunciamento nas redes sociais, Frota lamentou a decisão e afirmou que “hoje é um dia muito triste”. Ele destacou seu trabalho como vereador e disse que continuará atuando em prol da cidade, mesmo fora do cargo. “Saio de cabeça erguida. Triste, claro! Mas não é de hoje que tentavam me calar”, declarou.
Seu advogado, Anthero Mendes Pereira Junior, confirmou a condenação, mas afirmou que Frota ainda não foi formalmente intimado pela Justiça Eleitoral ou pela Câmara. A defesa pretende ingressar com uma revisão criminal buscando a absolvição.
Com a cassação, o suplente Marcos Nena deve assumir a vaga na Câmara. No entanto, ele também enfrenta acusações do Ministério Público por peculato e inserção de dados falsos em 45 ocasiões.






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