
Em uma entrevista recente ao Fio Diário, o ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu que cometeu um erro ao nomear generais para cargos-chave em seu governo. Bolsonaro afirmou que, se pudesse voltar no tempo, teria feito diferente e escolho auxiliares mais “parrudos”.
“Você fala: ‘o que faria diferente’? Os ministros palacianos seriam diferentes. Eu não teria lá alguns nomes, um general aqui. Eu não teria mais general ali. Eu ia ter ministros mais parrudos, mais casca grossa, para enfrentar o sistema”, afirmou em entrevista.
Bolsonaro destacou que faltou "competência" e "malícia" aos generais nomeados para os ministérios palacianos, como a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria-Geral e a Secretaria de Governo. Entre os generais nomeados estavam Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Santos Cruz e Luiz Eduardo Ramos, todos envolvidos em investigações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado no final de 2022.
O ex-presidente também mencionou que sua experiência como militar, deputado e presidente lhe ensinou que um golpe de Estado teria consequências severas no "day after" (dia seguinte).
Bolsonaro afirmou que, durante seu mandato, enfrentou intensas pressões e desafios pessoais, chegando a chorar em diversas ocasiões no gabinete presidencial.
A mudança de discurso de Bolsonaro ocorre em meio a investigações da Polícia Federal, que indiciou 28 militares por participação no plano de golpe de Estado, incluindo o próprio ex-presidente.
Bolsonaro é acusado de liderar a organização criminosa que planejou abolir o Estado Democrático de Direito e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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