“ gerar medo, intimidar, enviar recados…”: Bolsonaro critica decisão de Moraes sobre prisão domiciliar de Débora dos Santos

O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou publicamente contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu prisão domiciliar à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. Débora foi detida preventivamente em março de 2023, após pichar a estátua "A Justiça" durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A frase pichada, "Perdeu, mané", remete a uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso em 2022.

Bolsonaro classificou a decisão como um "recuo tático" e criticou a prisão prolongada de Débora, alegando ser um. O ex-presidente também pediu penas mais brandas para outros acusados dos atos de 8 de janeiro, destacando o impacto da prisão sobre os filhos de Débora.

“A prisão prolongada de Débora nunca teve fundamento. Mas teve utilidade para Moraes: gerar medo, intimidar, enviar recados… Agora que a vitrine rachou, empurram o caso discretamente pra debaixo do tapete — mas com tornozeleira, presa em casa, mesmo depois de prisão preventiva que se revelou verdadeira “antecipação de pena”, diz o ex-presidente em postagem nas redes sociais.

A decisão de Moraes veio após parecer da Procuradoria Geral da República (PGR), que recomendou a substituição da prisão preventiva pela domiciliar, considerando princípios de proteção à maternidade e ao interesse das crianças. Débora, mãe de dois filhos menores de idade, deverá usar tornozeleira eletrônica enquanto aguarda o julgamento.

O caso de Débora tornou-se um símbolo para apoiadores de Bolsonaro, que defendem anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro. Moraes havia proposto uma pena de 14 anos de prisão para Débora, mas o julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que indicou considerar a pena excessiva.