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Brasil rejeita pedido da ONU para subsidiar delegações na COP30



Agência Pará
Agência Pará

O governo brasileiro recusou oficialmente o pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para conceder subsídios financeiros às delegações de países menos desenvolvidos que participarão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém, no Pará.


A proposta da ONU, formalizada por meio de carta enviada ao Palácio do Planalto, solicitava que o Brasil garantisse um auxílio diário de US$ 100 por representante de nações vulneráveis, com o objetivo de viabilizar a presença desses países no evento. A resposta foi negativa. “Não cabe aos brasileiros arcarem com as delegações de outros países”, afirmou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.


Segundo o governo, os custos já assumidos para a realização da COP30 são considerados “significativos”, incluindo obras de infraestrutura, contratação de navios para hospedagem e organização logística. Miriam Belchior destacou que o Brasil apoia apenas a revisão dos valores repassados pela própria ONU, que atualmente oferece US$ 144 por diária em Belém — valor considerado insuficiente diante dos preços praticados na capital paraense.


A negativa ocorre em meio a uma crise de hospedagem que ameaça o caráter inclusivo da conferência. Delegações internacionais e organizações ambientais têm denunciado preços abusivos, com diárias que chegam a ser dez vezes superiores ao valor habitual. O Observatório do Clima alertou que a COP30 corre o risco de se tornar a mais excludente da história.


Até o momento, apenas 47 dos 196 países convidados confirmaram presença com reservas garantidas A. A maioria dos quartos disponíveis está fora da rede hoteleira tradicional, em casas de família, com preços que partem de US$ 350 por noite.


Em resposta às críticas, o governo anunciou a criação de uma força-tarefa envolvendo os ministérios das Relações Exteriores, do Turismo, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além da Secretaria Extraordinária da COP30. O objetivo é auxiliar as delegações estrangeiras na negociação de hospedagens mais acessíveis.


Apesar da pressão internacional, o governo brasileiro reafirmou que a sede da conferência será mantida em Belém. “A cidade já tem contratos firmados, navios contratados, obras em andamento e espaços comercializados”, reforçou Miriam Belchior.


Especialistas alertam que a dificuldade logística e a recusa em subsidiar delegações podem afetar a imagem do Brasil no cenário internacional. Para o cientista político Leonardo Paz Neves, da Fundação Getulio Vargas (FGV), a escolha de Belém tem forte simbolismo ambiental, mas apresenta limitações estruturais que precisam ser enfrentadas com maior agilidade.


A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro e é considerada uma das mais importantes conferências climáticas da década, especialmente por ocorrer na Amazônia brasileira — região estratégica para o combate às mudanças climáticas globais.



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