Cop 30: Empresas e delegações têm dificuldades para obter hospedagens
- Luana Valente
- 14 de jun.
- 2 min de leitura
Neste episódio da série sobre os preparativos para a COP30, você vai saber que, a cinco meses do evento, empresas e delegações enfrentam dificuldades para conseguir hospedagem em Belém. O principal desafio é aumentar a quantidade de quartos de hotéis na cidade. Outra preocupação são os preços exorbitantes praticados pela rede hoteleira e por casas de temporada no período da conferência da ONU.
Quando foi decidido que Belém sediaria a COP30, havia cerca de 18 mil leitos disponíveis. Agora, esse número dobrou: são 36 mil, mas ainda está abaixo da projeção de público esperada para o evento.
O Airbnb, por exemplo, já aumentou em 54% sua oferta entre o ano passado e este ano. Outras alternativas estão sendo planejadas, como hospedagem em navios (com capacidade para 6 mil leitos), em escolas reformadas, em prédios religiosos e em áreas naturais que estão sendo preparadas para isso.
A lei da oferta e da procura é clara: com muita gente buscando hospedagem em Belém durante a COP, os preços dispararam. Em sites de busca de hotéis e casas para alugar, é possível encontrar diárias custando R$ 173 mil, R$ 192 mil, até R$ 202 mil — por apenas uma noite. Locais bem simples cobram entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por diária.
Há hotéis em Belém que nem aceitam reservas diretas. É preciso entrar em uma fila de espera e pagar um valor fixo pelos 11 dias da COP — não é possível reservar por menos dias, e o pagamento deve ser integral.
Alguns países já demonstraram preocupação com os valores fora do padrão. A Embaixada da Noruega no Brasil, por exemplo, emitiu uma nota alertando para o risco real de que muitos países e representantes da sociedade civil não consigam arcar com os custos de participação no evento.
Para chefes de Estado, líderes e representantes das 190 nações que participarão da conferência climática, uma opção será a Vila COP30, em construção ao lado do parque que sediará o evento. Serão cinco blocos com 405 suítes. Após a conferência, o espaço será transformado em um centro administrativo do governo do Pará, abrigando secretarias atualmente espalhadas por prédios alugados.
Mas quem não é autoridade precisa torcer por alternativas. É o caso de Valmiro Costa, cuja família está disponibilizando três imóveis para aluguel durante a COP30, com o objetivo de colaborar na recepção dos participantes.
Há ainda quem use, digamos, criatividade para transformar motéis em hotéis.
Para reunir todas as ofertas de hospedagem — hotéis, imóveis particulares e leitos em navios —, o governo federal contratou a plataforma Bnetwork. A ferramenta vai permitir que os interessados consultem as opções, comparem preços e façam reservas. A empresa está realizando o mapeamento das hospedagens, mas ainda não informou a data de início do serviço.
Além da questão da hospedagem, outra área que exige atenção é a segurança. A responsabilidade de coordenar as ações de todas as agências e forças de segurança será da Polícia Federal.
Via Repórter Brasil / EBC / TV Brasil
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