Correios gastam milhões na COP-30 mesmo em meio a crise financeira
- Luana Valente

- 12 de nov.
- 2 min de leitura

A estatal Correios, que enfrenta dificuldades financeiras e já admitiu estar próxima da insolvência, foi obrigada pelo governo federal a assumir gastos de R$19,5 milhões em contratos relacionados à COP-30, conferência climática realizada em Belém (PA).
A COP-30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, ocorre pela primeira vez na Amazônia, reúne líderes mundiais para debater políticas ambientais. Os Correios destacam em seu material institucional que o evento é estratégico para reforçar sua imagem como operador logístico sustentável Correios.
O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, chegou a admitir publicamente que os Correios vivem uma situação que “beira a insolvência”. Apesar disso, a empresa foi designada como operadora logística oficial da COP-30, assumindo responsabilidades financeiras pesadas em meio ao seu quadro de fragilidade econômica.
Os gastos chamaram atenção pela discrepância entre a situação financeira da estatal e os valores desembolsados. Críticos apontam que a decisão do governo de impor tais despesas aos Correios reforça a percepção de má gestão e falta de prioridade em relação à recuperação da empresa.
Segundo informações divulgadas pela coluna de Cláudio Humberto, os contratos envolvem principalmente serviços de transporte aéreo e logística. A Latam Airlines fechou ao menos sete contratos com a estatal, somando R$1,3 milhão, para disponibilizar espaço nos porões de suas aeronaves ao transporte de cargas da operação logística da COP-30. A Azul Linhas Aéreas também foi contratada para o mesmo serviço, recebendo R$4,5 milhões. Já a Sideral Linhas Aéreas garantiu dois contratos que totalizam R$7,9 milhões.
Além das companhias aéreas, a empresa Cargo Way Event foi contratada para serviços de logística, com valores que chegam a R$7,5 milhões. Os Correios ainda desembolsaram recursos para hospedagem: três contratos com a Mirití Pousada, em Belém, custaram R$67,1 mil no total.
Enquanto isso, defensores da medida argumentam que a participação dos Correios na COP-30 é uma oportunidade de reposicionamento da estatal,






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