Correios patrocina eventos culturais mesmo em déficit

Na imagem, o estande dos Correios na 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, que foi realizada no 1º semestre de 2024

Os Correios, empresa estatal brasileira, têm enfrentado uma grave crise financeira, com um déficit que pode superar os R$ 2 bilhões em 2024. Apesar disso, a empresa aumentou significativamente seus gastos com patrocínios culturais, incluindo eventos internacionais.

Em 2024, os Correios destinaram R$ 600 mil para a 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, na Colômbia. Este evento, realizado em abril, teve como tema "Leia a Natureza" e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que discursou na abertura. A justificativa para o patrocínio foi a ampliação do alcance e visibilidade da marca, mesmo que a empresa não opere na Colômbia.

Além disso, a Bienal do Livro de São Paulo recebeu R$ 400 mil em patrocínio dos Correios, um valor menor comparado ao evento colombiano¹. A gestão atual, liderada pelo presidente Fabiano Silva dos Santos, aumentou os gastos com patrocínios de uma média de R$ 430 mil ao ano (de 2019 a 2022) para R$ 34 milhões em 2024.

Os Correios justificam esses investimentos como parte de uma estratégia para melhorar a imagem institucional e potencializar a marca e os negócios da empresa. No entanto, a estatal enfrenta um risco de insolvência, o que levanta questionamentos sobre a viabilidade e prioridade desses gastos em meio a uma crise financeira tão severa.