CPMI do INSS já acumula quase 700 pedidos de investigação: Congresso mergulha em apuração de fraudes bilionárias
- Luana Valente

- 22 de ago.
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Brasília — A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já recebeu quase 700 requerimentos de investigação protocolados, evidenciando a dimensão e a complexidade do escândalo que abalou a Previdência Social brasileira.
Instalada oficialmente no dia 20 de agosto de 2025, a CPMI é presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e tem como relator o deputado Alfredo Gaspar (UPB-AL). A comissão foi criada após denúncias de pagamentos de propinas a servidores do INSS e descontos indevidos em benefícios previdenciários, afetando mais de 6 milhões de aposentados e pensionistas.
Logo nas primeiras horas de funcionamento, parlamentares da oposição protocolaram centenas de pedidos de investigação. O senador Izalci Lucas (PL-DF) lidera o número de requerimentos, com mais de 300 documentos registrados individualmente. Os pedidos incluem quebra de sigilos bancários, convocações para depoimentos e acesso a relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Entre os alvos das investigações está José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula. Frei Chico é dirigente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sidinapi), entidade que figura na primeira fase da operação da Polícia Federal.
As fraudes identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) envolvem desvios estimados em R$ 6,3 milhões entre 2019 e 2024. O escândalo já provocou a queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e gerou forte reação no Congresso, com apoio à CPMI inclusive entre parlamentares da base governista.
A comissão é composta por 15 senadores e 15 deputados titulares, com igual número de suplentes, e tem prazo de 180 dias para concluir os trabalhos. As despesas previstas para a CPMI giram em torno de R$ 200 mil.
Com o volume de requerimentos em crescimento, a expectativa é que a CPMI se torne um dos principais focos de atenção política nos próximos meses. A relatoria deverá organizar os pedidos e definir as prioridades de apuração, com foco em garantir transparência e responsabilização dos envolvidos.






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