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CPMI do INSS: Relator questiona empresário Cavalcanti sobre enriquecimento acelerado



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O depoente Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ao lado de seu advogado, na CPMI do INSS: parlamentares questionaram conexão com envolvidos nas fraudes e origem da vida de luxo



Brasília — Em sessão realizada nesta segunda-feira (6), o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), confrontou o empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti sobre a origem de sua fortuna acumulada em poucos anos. O foco dos questionamentos foi o salto de um salário mensal de R$ 5 mil para um patrimônio multimilionário, evidenciado por bens de luxo apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante a operação “Sem Desconto”.


Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians — também investigado — negou qualquer envolvimento com o esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS. Segundo ele, sua riqueza é fruto da atuação na “gestão corporativa” do escritório de Wilians, iniciada em 2018. O empresário afirmou que não é “laranja” e que sua saída da sociedade foi consensual.


O relator Alfredo Gaspar destacou que não há problema em ostentar riqueza, mas que a CPMI busca esclarecer se há relação entre o patrimônio de Cavalcanti e os descontos ilegais aplicados a aposentados. “O senhor está no epicentro da maior fraude contra os aposentados do Brasil”, afirmou o parlamentar.


Carros, aviões, relógios e vinhos


Durante o depoimento, Cavalcanti revelou possuir entre 21 e 23 veículos de luxo registrados em sua empresa de investimentos, FAC. Entre os modelos estão uma Ferrari avaliada em R$ 4 milhões, três Mercedes-Benz, dois Cadillacs, uma réplica de carro de Fórmula 1 e diversas motocicletas importadas. Todos foram apreendidos pela PF, que também confiscou oito relógios de luxo — um deles avaliado em R$ 1,3 milhão — além de obras de arte e uma coleção de vinhos estimada em R$ 7 milhões.


Cavalcanti informou que a PF também apreendeu oito relógios de luxo seus e negou ocultar outros. Segundo o relator Alfredo Gaspar, apenas um dos relógios tem o valor de R$ 1,3 milhão. Cavalcanti também informou que seus vinhos mais valiosos foram entregues a um fiel depositário. De acordo com o depoente, o valor dos vinhos gira em torno de R$ 7 milhões. O empresário também reconheceu que teve obras de arte apreendidas, como um quadro do pintor Di Cavalcanti.


O relator disse ao depoente "não haver problema em ter sucesso, exibir carros de luxo ou ter dinheiro". Mas que a CPMI trabalha para saber a relação de Cavalcanti com Camisotti e Nelson Wilians e o quanto de seu patrimônio tem a ver com os descontos ilegais dos aposentados do INSS.


Cavalcanti admitiu ter cotas em dois aviões com Nelson Wilians e disse estar em processo de “desassociação” com o advogado. Apesar de responder às perguntas do relator, o empresário optou por permanecer em silêncio diante dos demais membros da comissão, amparado por habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).


A CPMI do INSS foi instaurada para investigar um esquema que teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões em descontos indevidos de mensalidades de associações de aposentados. A operação “Sem Desconto” já levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

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