Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro não contará com Putin e Xi Jinping

Reprodução

A Cúpula dos Brics, marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, será realizada sem a presença dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping — dois dos principais líderes do bloco. A ausência simultânea de ambos é inédita e levanta questionamentos sobre os rumos diplomáticos e estratégicos do grupo, que atualmente reúne 11 países, incluindo Brasil, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

A ausência de Putin já era amplamente esperada. O presidente russo é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), relacionado à deportação de crianças ucranianas durante o conflito com a Ucrânia. Como o Brasil é signatário do TPI, sua presença física no país poderia gerar um impasse jurídico e diplomático. Em seu lugar, a Rússia será representada pelo chanceler Sergey Lavrov, e Putin participará por videoconferência.

Já a ausência de Xi Jinping surpreende. Esta será a primeira vez que o líder chinês não comparece a uma cúpula do Brics desde a fundação do grupo. A justificativa oficial não foi divulgada, mas fontes diplomáticas apontam para um possível conflito de agendas, além do fato de Xi ter visitado o Brasil recentemente para o G20 e uma visita de Estado. A China será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Apesar das ausências, a cúpula segue com uma agenda. O Brasil, que ocupa a presidência rotativa do Brics em 2025, estabeleceu seis prioridades: saúde global, comércio e finanças, mudanças climáticas, governança da inteligência artificial, segurança internacional e fortalecimento institucional do grupo. A crise no Oriente Médio, especialmente os recentes conflitos envolvendo Israel, Estados Unidos e Irã, também deve ganhar destaque nas discussões.

A expectativa é que, mesmo com os desfalques, o encontro o Brics atue como um fórum alternativo pontuando sobre as pautas ocidentais e levantando temas estratégicos junto aos países emergentes.