Declaração de Lewandowski sobre prisões gera repúdio entre delegados da Polícia Federal que se manifestam
- Luana Valente
- 21 de mar.
- 2 min de leitura

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou em evento realizado em Brasília que “a polícia tem que prender melhor". A declaração, feita durante a abertura da reunião do Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, gerou forte repercussão entre associações policiais e parlamentares.
“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende, e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal, e o Judiciário é obrigado a soltar”, ressaltou Lewandowski.
Além disso, o ministro pontuou que, em muitos casos, a falta de provas concretas ou de um processo bem instruído inviabiliza a permanência dos suspeitos na prisão. Ainda segundo ele, as prisões realizadas de forma técnica e com apresentação de indícios probatórios aos juízes poderiam evitar a soltura de infratores.
O ministro defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública como instrumento para padronizar e uniformizar os dados produzidos pelas autoridades policiais em todo o Brasil.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou a fala do ministro em nota oficial, afirmando que "críticas públicas não respaldadas em evidências e dados concretos enfraquecem o esforço conjunto de enfrentamento à criminalidade". A entidade destacou que, na maioria dos casos, as prisões realizadas no país são consideradas legais e que a concessão de liberdade provisória em audiências de custódia não encerra as investigações, que continuam sob a presidência dos delegados.
Parlamentares da oposição também criticaram a declaração, classificando-a como desconectada da realidade e desrespeitosa à população e aos profissionais da segurança pública. O Ministério da Justiça divulgou nota explicando que a manifestação do ministro ocorreu em um contexto de falta de integração entre as informações das polícias e o Poder Judiciário, e reforçou a necessidade de valorizar as forças policiais com melhores salários e equipamentos.
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