A defesa do jornalista Oswaldo Eustáquio voltou a criticar duramente o processo de extradição que está em andamento na Espanha. Eustáquio, que atualmente reside no país europeu, é alvo de um pedido de extradição emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em outubro deste ano.
O advogado de Eustáquio, Ricardo Vasconcellos, argumenta que a extradição é injustificada, e ressalta que "países extraditam assassinos e não cidadãos comuns". Ainda segundo Vasconcellos, os crimes atribuídos a Eustáquio não possuem a gravidade necessária para justificar sua extradição, especialmente em um contexto de perseguição política. Ele destaca que a Constituição Espanhola proíbe a extradição de indivíduos por motivos políticos, o que, segundo ele, se aplica ao caso de Eustáquio.
O processo de extradição começou a ser analisado pelas autoridades espanholas, que notificaram Eustáquio sobre o início do procedimento. A primeira etapa consiste em avaliar se o pedido do Brasil atende às normas internacionais. Caso seja considerado válido, o caso será encaminhado ao governo espanhol; caso contrário, o pedido será devolvido.
Eustáquio, que já foi preso três vezes e está com as redes sociais suspensas por ordem de Moraes, pediu asilo político à Espanha. Ele aposta nesse argumento para travar a requisição das autoridades brasileiras. O jornalista é investigado pela Polícia Federal nos inquéritos das milícias digitais e dos atos antidemocráticos, ambos sob a guarda de Moraes no STF.
A defesa de Eustáquio acredita que a negativa da extradição será mais uma "vergonha internacional" para o Ministério da Justiça e o STF. Vasconcellos comparou o caso ao do terrorista italiano Cesare Battisti, argumentando que, ao contrário de Battisti, Eustáquio não cometeu crimes graves e está sob asilo político, protegido por tratados internacionais entre Brasil e Espanha.
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