Deputada Carla Zambelli anuncia greve de fome em carta ao ministro da Justiça da Itália contra extradição ao Brasil
- Luana Valente

- 10 de out.
- 4 min de leitura

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde julho, anunciou nesta quinta-feira (9) que iniciará uma greve de fome em protesto contra sua extradição ao Brasil. A decisão foi comunicada por meio de uma carta escrita à mão e endereçada ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio.
Zambelli foi detida após ser incluída na lista de procurados da Interpol, em decorrência de uma condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão. A parlamentar foi considerada culpada por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Segundo a investigação da Polícia Federal, o objetivo da ação era desacreditar o processo eleitoral brasileiro. Zambelli nega as acusações.
Na carta divulgada por sua defesa nas redes sociais, Zambelli afirma que só encerrará a greve de fome se Nordio negar sua extradição. Ela acusa o ministro italiano de ter acolhido uma “decisão injusta e sem provas” do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que teria sido “recentemente sancionado pelo presidente Donald Trump” sob a Lei Magnitsky, por supostas violações de direitos humanos.
Zambelli também afirma ser vítima de “perseguição política” e acusa o governo brasileiro de exercer pressão sobre as autoridades italianas. Em tom crítico, ela escreve que Nordio estaria “de mãos dadas com o presidente que disse não à extradição de Cesare Battisti”, e o associa a regimes autoritários como os do Irã, Venezuela e Cuba.
A defesa da deputada alegou que ela sofre de distúrbios psiquiátricos e neurológicos, mas uma perícia médica italiana concluiu que sua condição é compatível com o regime fechado. Zambelli já teria recorrido à greve de fome anteriormente, segundo seu advogado, Fábio Pagnozzi, que relatou episódios de queda e lesões durante episódios anteriores.
Com o fim da licença parlamentar de 127 dias, Zambelli deveria retomar seu mandato, mas sua prisão impede o retorno. A deputada acumula faltas e enfrenta um processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A expectativa entre seus correligionários é de que ela não consiga evitar a perda do mandato.
A Procuradoria italiana deve se manifestar sobre o pedido de extradição até o fim de outubro. Enquanto isso, Zambelli permanece detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, aguardando a decisão final das autoridades italianas.
Leia a carta completa a seguir:
Excelentíssimo senhor ministro da Justiça, Meu nome é Carla Zambelli Salgado de Oliveira, deputada federal licenciada pelo estado de São Paulo, a mulher mais votada em 2022 e a terceira mais votada entre 513 homens e mulheres. Estou sendo vítima de perseguição política. Sou mãe de um jovem de 17 anos. Ontem, soube que o senhor se manifestou a favor da manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do Embaixador do Brasil na Itália. Dessa forma, o senhor coloca ao seu lado o homem mais *********** da história do Brasil e talvez do mundo. Não se trata de direita ou esquerda, mas de certo ou errado.
O senhor está ao lado que apoia HAMAS, tráfico de drogas, terrorismo, Irã, regimes narcoditadores como na Venezuela, ditadura de Cuba, entre outros outros pela América do Sul e da África.
De mãos dadas com o presidente que disse NÃO À EXTRADIÇÃO de Cesare Battisti, mesmo ele não sendo brasileiro.
O senhor abraçou a decisão injusta e sem provas de um juiz brasileiro Alexandre de Moraes, que foi recentemente sancionado pelo PRESIDENTE TRUMP com o cancelamento de seu visto nos EUA e a aplicação da Lei Magnitsky, pois o governo dos Estados Unidos já tem provas suficientes de que ele age ao arrepio da lei, está perseguindo politicamente cidadãos inocentes, jornalistas e políticos de direita, enquanto tem ********* no Brasil.
O Senado brasileiro está prestes a fazer o impeachment deste juiz da Suprema Corte.
O embaixador do Brasil na Itália te pressiona porque odeia o fato de eu ter sido uma das autoras do impeachment de sua tia, Dilma Rousseff. Além de firmar este impeachment, eu era líder dos movimentos de rua, basta por no google e buscar por: “BANDILMA” + “ZAMBELLI” e verás porque me odeiam tanto e estão lhe usando para fechar um plano de vingança.
Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também? Busquei a Itália porque tenho esperança deste país ainda prezar pela democracia e a justiça, meus antepassados Zambelli, Tomazetti, Fachini e tantos outros lutaram por esta Itália justa e perfeita.
Por ter a certeza absoluta que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto.
Se o governo do Brasil fez pressão no senhor, então minha greve de fome também fará.
Do que adianta viver sem justiça? Espero que não seja outro romano a “lavar suas mãos”. Minha vida está em suas mãos. Que Deus te abençoe, Carla Zambelli”.






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