Deputado Luciano Zucco solicita convocação de Sidônio Palmeira para esclarecer suspeita de conflito de interesses em contratos com estatais

Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), protocolou um pedido de convocação do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira, para prestar esclarecimentos sobre possíveis conflitos de interesses envolvendo contratos de estatais com empresas ligadas a seu sócio comercial.

A solicitação de Zucco ocorre após revelações de que a produtora Macaco Gordo, pertencente a Francisco “Chico” Kertész — sócio de Sidônio Palmeira — recebeu cerca de R$ 12 milhões por meio de contratos com a Caixa Econômica Federal e a Embratur. As contratações foram realizadas por agências de publicidade que prestam serviços às estatais e escolheram a produtora para executar peças publicitárias durante o atual governo Lula.

O subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), também apresentou uma representação solicitando investigação sobre o caso. Segundo Furtado, a relação comercial entre Sidônio e Kertész, aliada às visitas frequentes do empresário ao Palácio do Planalto, levanta preocupações sobre a possibilidade de sobreposição entre interesses públicos e privados.

Zucco argumenta que o ministro deve esclarecer se houve favorecimento indevido ou uso da máquina pública para beneficiar empresas com vínculos pessoais. O parlamentar também questiona a transparência dos processos de escolha das produtoras e cobra explicações sobre os critérios adotados pelas agências contratadas pelas estatais.

Além de Sidônio, Zucco também pediu a convocação do ministro das Comunicações, Frederico Filho, para tratar de suposto uso de canais oficiais do governo em campanhas de comunicação alinhadas aos interesses do Partido dos Trabalhadores (PT).

O requerimento de convocação será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Caso aprovado, Sidônio Palmeira poderá ser obrigado a comparecer ao Congresso para prestar esclarecimentos formais. A oposição considera o caso grave e promete intensificar a pressão por mais transparência nas relações entre o governo e empresas contratadas.

A Secom ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido de convocação nem sobre as suspeitas levantadas. O caso segue sob análise do TCU, que poderá determinar medidas adicionais caso identifique irregularidades nos contratos.