
Em uma movimentação inesperada, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) solicitou que o ex-presidente Michel Temer, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sejam convocados como testemunhas de defesa em um processo por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ação, movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusa Nikolas de ofender a honra do presidente ao chamá-lo de "ladrão" durante um evento na Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro do ano passado.
A defesa de Nikolas argumenta que suas declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar, um direito que permite aos parlamentares expressarem suas opiniões no exercício de suas funções sem serem penalizados. Para reforçar essa tese, os advogados do deputado citaram trechos de um livro do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que aborda a imunidade parlamentar.
Além de Alckmin e Temer, a defesa também incluiu o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o deputado federal Luís Tibé (Avante-MG) como testemunhas. A estratégia é demonstrar que as declarações de Nikolas fazem parte do debate político e não configuram crime contra a honra.
O caso ganhou destaque após Nikolas recusar um acordo proposto pela PGR, que visava encerrar o processo sem a necessidade de julgamento. A defesa do deputado sustenta que suas palavras foram proferidas em um contexto de crítica política e que ele não teve a intenção de ofender pessoalmente o presidente Lula.
A inclusão de figuras políticas de peso como testemunhas pode trazer novos desdobramentos ao caso, que agora aguarda decisão do STF sobre a aceitação das testemunhas e os próximos passos do processo.
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