
Deputados do partido Novo estão pressionando o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a prestar esclarecimentos sobre encontros com a ONG "Pacto Social & Carcerário de S.P", que é acusada de ter ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A entidade foi alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público do Estado, que investigam sua relação com o PCC desde 2021.
O requerimento de convocação de Lewandowski foi apresentado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e assinado pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). Para que o ministro seja convocado, o requerimento precisa ser aprovado em plenário por maioria simples.
A ONG participou de reuniões com os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos no governo Lula, além de uma audiência pública no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os ministérios confirmaram as reuniões, mas destacaram que o evento do CNJ foi aberto a qualquer cidadão.
A operação "Fake Scream" foi deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo. A investigação começou após a apreensão de um bilhete em um cartão de memória pertencente à namorada de um membro do PCC, que tentava entrar com drogas em um presídio em Presidente Venceslau (SP).
A presidente da ONG, Luciene Neves, e seu marido, Geraldo Salles, foram presos na operação, juntamente com outras 10 pessoas. A polícia acredita que ambos passaram a integrar a facção criminosa desde 2019.
A convocação de Lewandowski é vista como uma tentativa de esclarecer a relação entre a ONG e o Ministério da Justiça, que tem a responsabilidade de coordenar o Sistema Único de Segurança Pública e combater o narcotráfico, a corrupção, a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
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