Dilma Rousseff exibe mapa invertido e destaca Brasil no centro em evento na China

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Durante um evento na China, a ex-presidente do Brasil e atual presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, apresentou um mapa-múndi com uma orientação incomum: o Brasil posicionado no centro e o Sul voltado para cima. A versão, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), busca oferecer uma nova perspectiva geopolítica ao questionar padrões cartográficos tradicionais que colocam o Norte no topo.

O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, comemorou o impacto imediato da nova representação, afirmando que a iniciativa foi bem recebida ao estimular reflexões sobre o papel dos países emergentes no cenário global. Segundo ele, o mapa representa um "reposicionamento simbólico" do Brasil no mundo, alinhado com as discussões sobre a reorganização das relações internacionais.

Além disso, a proposta Pochmann foi “ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas] no ano de 2025”.

Dilma Rousseff defendeu a iniciativa como uma forma de reafirmar o protagonismo do Sul Global e contestar a hegemonia dos países do hemisfério norte na geopolítica. Ainda segundo Rousseff, a visão tradicional dos mapas reflete uma estrutura de poder estabelecida historicamente, e que um novo olhar pode contribuir para o fortalecimento da identidade e autonomia dos países emergentes.

Especialistas apontam que, apesar do impacto simbólico, a inversão do mapa não altera fatores geográficos ou econômicos concretos. No entanto, a iniciativa abre espaço para debates sobre a representação espacial e sua influência na percepção das relações internacionais.

A apresentação do mapa ocorre em um momento de tentativa de angariar protagonismo no Brasil na economia global. Dilma Rousseff aproveita o cenário para reforçar a importância do bloco (Brics) como alternativa ao sistema financeiro tradicional, promovendo maior autonomia dos países em desenvolvimento.