O Banco Central divulgou recentemente que o déficit nominal do setor público consolidado do Brasil alcançou a marca de R$ 1,1 trilhão no acumulado dos últimos 12 meses até novembro de 2024. Este valor representa 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O déficit nominal inclui tanto o déficit primário quanto os juros da dívida pública. No período analisado, o déficit primário, que é a diferença entre receitas e despesas do governo sem considerar os juros da dívida, foi de R$ 192,9 bilhões, equivalente a 1,65% do PIB¹. Já os juros nominais apropriados somaram R$ 92,5 bilhões apenas em novembro, um aumento significativo em relação aos R$ 43,6 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior.
Um dos fatores que mais contribuíram para o aumento dos juros foram as operações de swap cambial, que geraram perdas de R$ 20,3 bilhões em novembro, refletindo a valorização do dólar frente ao real. Essas operações são realizadas pelo Banco Central para proteger o mercado financeiro das oscilações cambiais, mas podem resultar em perdas significativas quando a moeda americana se valoriza.
O aumento do déficit nominal também está relacionado à alta da taxa Selic, que encarece o financiamento da dívida pública. Em janeiro de 2023, o déficit nominal acumulado de 12 meses era de R$ 497,8 bilhões, mostrando um aumento expressivo de R$ 494,1 bilhões em um ano.
O cenário fiscal brasileiro continua desafiador, exigindo medidas de controle de gastos e políticas econômicas eficazes para estabilizar as contas públicas e reduzir o endividamento do país.
Comments