Em Belém, parlamentares denunciam “máfia do guincho”
- Luana Valente
- 12 de jul.
- 2 min de leitura

Belém, PA — A atuação da empresa Auto Lance Pátio e Leilões, contratada pela Prefeitura de Belém para realizar serviços de guincho e pátio de veículos, tornou-se alvo de denúncias por parte de parlamentares estaduais e municipais. As acusações envolvem contratação sem licitação, suspeitas de nepotismo, práticas abusivas em blitzes e possível tráfico de influência dentro da gestão do prefeito Igor Normando (MDB).
A empresa Auto Lance teria como um dos sócios Clideon Chaves, irmão de Cleidson Chaves, ex-chefe de gabinete do prefeito e atual secretário municipal de Zeladoria. A ligação familiar levantou suspeitas de favorecimento e conflito de interesses. Mesmo após a demissão de Cleidson, parlamentares alegam que ele continua atuando na administração municipal.
A vereadora Ágatha Barra (PL) iniciou a coleta de assinaturas para instaurar a CPI do Reboque na Câmara Municipal, com o objetivo de investigar o contrato e a atuação da empresa. O deputado estadual Rogério Barra (PL) classificou o caso como uma “máfia do reboque instalada dentro da própria prefeitura” e acionou a Justiça para suspender as blitzes consideradas irregulares.
No Congresso Nacional, o deputado federal Éder Mauro (PL/PA) também anunciou que solicitará a abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados, chamando o caso de “escândalo vergonhoso” e acusando a empresa de ser “de fachada”.
Motoristas e motociclistas relatam abordagens arbitrárias e remoções de veículos mesmo quando as irregularidades poderiam ser resolvidas no local. Trabalhadores de aplicativo afirmam que as blitzes ocorrem em horários estratégicos para maximizar apreensões, gerando prejuízos financeiros e dificultando a recuperação dos veículos.
Até o momento, a Prefeitura de Belém não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. O espaço segue aberto para manifestação.
Além das ações judiciais e pedidos de CPI, os parlamentares pressionam o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-PA) para investigar o caso. A população, por sua vez, começa a se mobilizar diante do impacto social das denúncias.
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