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Empresa contratada para obras da COP30 é investigada por lavagem de dinheiro e compra de fuzil, segundo a PF


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BELÉM (PA) — Uma investigação da Polícia Federal revelou que a empresa J A Construcons, contratada pelo Governo do Pará para executar obras de infraestrutura relacionadas à COP30, teria sido utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro, aquisição de armamento pesado e movimentações financeiras suspeitas envolvendo aeronaves.


Segundo documentos elaborados por um núcleo especializado da PF, a empreiteira recebeu cerca de R$ 633 milhões entre 2020 e 2024 em contratos com o governo estadual, incluindo um contrato de R$ 123,4 milhões assinado em setembro de 2023 para obras em canais de bairros de Belém, diretamente ligados à preparação da conferência climática da ONU, marcada para novembro.


Esquema sofisticado de lavagem de dinheiro


A investigação aponta que aproximadamente R$ 48,8 milhões foram sacados em espécie em apenas um ano, com recursos provenientes das contas da empresa. O suposto esquema envolvia transações em casas lotéricas, postos de gasolina e transporte de valores em sacos de lixo, carros blindados e, possivelmente, aviões.


Além disso, os recursos teriam sido utilizados para a compra de um fuzil, helicópteros (R$ 10,7 milhões) e embarcações de luxo, como iates (R$ 9 milhões), além de financiar campanhas eleitorais e servidores públicos.


Envolvimento político e liderança do esquema


A PF aponta como líder do esquema o deputado federal Antonio Leocádio dos Santos, conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), que teria arregimentado um grupo armado formado por policiais militares do Pará para atuar nos saques, na segurança das operações e em campanhas eleitorais previstas para 2024. A Polícia Militar, por sua vez, nega a existência do grupo armado.


Andrea Costa Dantas, esposa do deputado e sócia formal da J A Construcons, é quem assinou o contrato das obras nos canais de Benguí e Marambaia, além da adequação da rua das Rosas, todas dentro do escopo da COP30.


Resposta do governo


Em nota oficial, o Governo do Pará afirmou que todas as contratações seguem rigorosamente os processos licitatórios e os princípios constitucionais de legalidade e impessoalidade. A gestão estadual destacou que o contrato foi vencido por um consórcio com atuação nacional e que os serviços estão 90% concluídos, representando melhorias concretas para a população.


O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também está envolvido no financiamento das obras, tendo liberado R$ 107 milhões para os projetos em Belém, com créditos totais superiores a R$ 1 bilhão para iniciativas de saneamento, macrodrenagem e urbanização.


A investigação segue em curso e pode ter desdobramentos significativos tanto no âmbito político quanto na organização da COP30.

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