EUA avaliam revogação de visto do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva
- Luana Valente

- 27 de set.
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O governo dos Estados Unidos está considerando revogar o visto do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, como parte de um novo pacote de sanções que inclui também membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A medida, segundo fontes da Casa Branca, está sendo avaliada sob a alegação de que o general teria sido indicado ao cargo por influência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que haveria alinhamento entre decisões judiciais do magistrado e a cúpula militar brasileira. O Departamento de Estado americano teria mapeado reuniões entre Moraes e o general Tomás, levantando suspeitas de articulações prévias para respaldar ações do STF que atingiram militares.
A possível sanção ocorre em meio ao endurecimento das relações diplomáticas entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. Na última semana, os EUA já haviam revogado o visto de sete autoridades brasileiras, ampliando a tensão bilateral.
A repercussão entre militares brasileiros foi imediata. Generais como Maurício Vieira Gama, adido militar em Washington, e Flávio Moreira Matias, representante no Comando Sul dos EUA, buscaram interlocução com colegas americanos para minimizar os impactos da medida. Eles argumentaram que divergências políticas não deveriam comprometer a histórica cooperação militar entre os dois países.
O general Tomás Paiva não se manifestou publicamente sobre o caso. No entanto, interlocutores próximos ao comandante classificaram a possível revogação como um “tiro no pé” diplomático, alertando para o risco de ruptura nos canais de diálogo entre os militares brasileiros e norte-americanos.
O nome de Tomás também apareceu em mensagens reveladas pela delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Em conversa com o advogado Eduardo Kuntz, Cid afirmou que o comandante teria relatado que Moraes se queixava do ex-presidente, o que reforça a narrativa de proximidade entre o ministro do STF e o general.
A decisão final sobre o visto ainda não foi anunciada, mas fontes ligadas ao governo Trump indicam que novas sanções estão sendo preparadas, mesmo que não alterem a postura do governo brasileiro ou do STF.






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