STF avalia resposta às sanções dos EUA após julgamento de Bolsonaro, diz Barroso
- Luana Valente

- 27 de set.
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira que a Corte poderá reagir às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra ministros do tribunal, mas apenas após a conclusão do julgamento da trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Durante conversa com jornalistas, Barroso destacou que a prioridade atual do STF é finalizar os processos relacionados à tentativa de golpe de Estado. O Núcleo 1, composto por Bolsonaro e sete aliados, já foi condenado, enquanto os núcleos 2, 3 e 4 devem ser julgados até o fim do ano. “A ideia é esperar acabar o julgamento para pensar em qualquer eventual medida, seja política ou judicial”, declarou o ministro.
As sanções aplicadas pelos EUA incluem a suspensão de vistos e restrições financeiras com base na Lei Magnitsky. Entre os ministros afetados estão Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes — relator dos processos — e sua esposa, Viviane Barci de Moraes. Os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não foram sancionados.
Barroso criticou a medida adotada pelas autoridades americanas, que, segundo ele, foram convencidas por uma versão distorcida dos fatos. “Prevaleceu, para as autoridades americanas, a narrativa dos que perderam, dos que tentaram um golpe e não conseguiram”, afirmou. O ministro também revelou ter sugerido a contratação de um escritório de lobby nos EUA para esclarecer a posição brasileira.
Apesar da gravidade das sanções, Barroso defendeu uma solução política para o impasse e disse esperar que o Brasil não precise recorrer ao STF para discutir a validade da Lei Magnitsky em território nacional. Ele relatou ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou otimismo cauteloso quanto à possibilidade de diálogo direto com o presidente americano, Donald Trump.
Barroso encerra seu mandato de dois anos à frente do STF na próxima segunda-feira (29), quando os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes assumirão os cargos de presidente e vice-presidente da Corte, respectivamente.






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