EUA revogam visto de Jorge Messias em nova ofensiva diplomática contra autoridades brasileiras
- Luana Valente

- 22 de set.
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O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, revogou nesta segunda-feira (22) o visto de entrada do advogado-geral da União, Jorge Messias. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters, com base em fontes da Casa Branca, e ainda não foi oficialmente confirmada pelas autoridades norte-americanas ou pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A medida se insere em uma escalada de tensões diplomáticas entre Washington e Brasília, motivada pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados próximos, no Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro, por envolvimento em uma suposta “trama golpista”. Segundo a Reuters, além de Messias, outros cinco integrantes do Judiciário brasileiro também tiveram seus vistos suspensos, embora seus nomes não tenham sido divulgados até o momento.
Messias tem atuado em defesa institucional do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e é apontado por interlocutores do governo Trump como um dos sustentáculos jurídicos da chamada “perseguição política” contra Bolsonaro. A decisão de revogar seu visto ocorre no mesmo dia em que a esposa de Moraes, Viviane Barci, foi alvo da Lei Magnitsky — legislação norte-americana que permite sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
Em julho, os EUA já haviam suspendido os vistos de Alexandre de Moraes e de outros sete ministros do STF, incluindo Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi incluído na lista. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora.
A revogação dos vistos ocorre durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, o que adiciona tensão ao cenário diplomático. O secretário de Estado Marco Rubio já havia sinalizado que novas medidas contra o Brasil seriam anunciadas nesta semana.
A AGU ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A reportagem segue em atualização.






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