Ex-Comandante do Exército contesta acusação da PGR e gera tensão no STF
- Luana Valente
- 20 de mai.
- 2 min de leitura

O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, prestou depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19), onde contestou a versão apresentada pela Polícia Federal (PF) e desmontou parte da acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante a audiência, Freire Gomes negou ter dado "voz de prisão" ao ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que houve um equívoco na interpretação da imprensa sobre o episódio. Ele também minimizou a importância da chamada "minuta do golpe", alegando que o documento era apenas um estudo baseado em aspectos jurídicos da Constituição e que, por isso, não chamou sua atenção.
“Não sei quem é o autor”, afirmou. “Talvez ele (Bolsonaro) tenha nos apresentado (o documento) por questão de consideração. Ele estava apenas dando conhecimento de que estava iniciando esses estudos. Ao longo desse processo nós tivemos diversas reuniões, e essas hipóteses estavam sendo aperfeiçoadas, e o presidente conversando conosco, apenas comentou sobre esse estudo.”
O depoimento gerou forte reação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Moraes confrontou o general, afirmando que sua versão diferia do que havia sido dito anteriormente à PF. "Ou o senhor falseou a verdade na polícia, ou está falseando a verdade aqui", declarou Moraes, exigindo que Freire Gomes esclarecesse sua posição.
“Com 50 anos de exército eu nunca mentiria”, ressaltou o ex-comandante.
O ex-comandante também negou ter identificado Filipe Martins como o assessor que lhe mostrou o documento e afirmou que não sabia quem era o autor da minuta. Além disso, rejeitou a tese de que Bolsonaro teria pressionado os comandantes militares a apoiar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
O depoimento de Freire Gomes ocorre em meio ao julgamento de figuras-chave do governo Bolsonaro acusadas de envolvimento na tentativa de golpe. A audiência foi acompanhada por ministros do STF e por aliados do ex-presidente, incluindo Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
Durante seu depoimento, o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, fez algumas declarações marcantes que impactaram o andamento da investigação. Entre elas:
- Negou ter dado voz de prisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que houve um erro de interpretação sobre o episódio.
- Contestou a relevância da "minuta do golpe", dizendo que o documento não lhe chamou atenção e que se tratava apenas de um estudo jurídico.
- Rejeitou a tese de pressão sobre os comandantes militares, declarando que Bolsonaro não tentou convencê-los a apoiar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
- Negou ter identificado Filipe Martins como o assessor que lhe apresentou a minuta e disse não saber quem era seu autor.
- Foi confrontado por Alexandre de Moraes, que questionou a veracidade de suas declarações, apontando contradições em relação ao que havia sido dito à Polícia Federal anteriormente.
Essas declarações geraram debates acalorados durante a audiência e podem influenciar o rumo das investigações no Supremo Tribunal Federal. O caso segue em análise pelo Supremo, e novas oitivas devem ocorrer nos próximos dias para esclarecer os eventos que marcaram o período pós-eleitoral de 2022.
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