Ex-diretor da Abin reafirma que alertou a inteligência da SSP-DF sobre os riscos de ataques do 8/1
- Luana Valente
- 27 de out. de 2023
- 2 min de leitura

Durante a CPI dos Atos do 8 de Janeiro na quinta-feira (26), o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Saulo Moura da Cunha, que chefiava interinamente a agência, reafirma que alertou a inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), sobre os riscos de ataques às sedes dos três poderes em Brasília.
“Obviamente houve falhas, se não nós não teríamos a depredação das sedes dos três poderes”, afirmou Saulo ao ser questionado pelo presidente de CPI, deputado Chico Vigilante (PT), sobre a possibilidade falha das forças de segurança.
Cunha declarou o que já havia dito à comissão mista do Congresso Nacional, em agosto, que entre os dias 2 e 8 de janeiro, emitiu 33 alertas de segurança ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), à subsecretaria de inteligência da PMDF e a mais 20 órgãos do legislativo e judiciário em âmbito federal e distrital sobre o iminente risco dos ataques violentos.
Cunha relatou ainda que no dia dos ataques contatou diretamente a ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, Marília Ferreira Alencar, e o ex-chefe do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias, detalhando a evolução dos movimentos golpistas.
O depoente não quis fazer avaliações sobre outros órgãos, mas destacou que a SSP-DF tinha poder para decidir o que fazer a partir dos dados recebidos.
“A informação da Abin, de inteligência, é feita para assessorar o poder decisório. Nesse caso, quem estava com o poder de decisão eram as forças de segurança do Distrito Federal. Obviamente, os fatos falam por si: houve falha. Se não, nós não teríamos a depredação das sedes dos Três Poderes”, declarou.
Moura contou que, atendendo a uma solicitação de G. Dias, produziu duas planilhas em que constavam todos os alertas produzidos a serem encaminhadas ao Congresso Nacional.
“Fiz os dois relatórios. O primeiro, em uma planilha que tinha os alertas encaminhados pela Abin a grupos e, também, os alertas encaminhados por mim, pessoalmente, do meu telefone, ao ministro-chefe do GSI (GDias)”, afirmou.
“Entreguei essa planilha ao ministro, e ele determinou que fosse retirado o nome dele dali, porque não era o destinatário oficial daquelas mensagens. (Determinou) que ali fossem mantidas apenas as mensagens encaminhadas para os grupos de WhatsApp. Ele determinou que fosse feito, eu obedeci a ordem”, reiterou o oficial de Inteligência da Abin.
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