Filhos de Bolsonaro reagem com veemência à manutenção da prisão domiciliar do ex-presidente: “Sérias violações”
- Luana Valente

- 15 de out.
- 2 min de leitura

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Os filhos do ex-presidente utilizaram as redes sociais para criticar o que classificaram como uma medida “indefensável” e politicamente motivada. A decisão foi proferida na segunda-feira, 13, e rejeitou o pedido da defesa para revogar as medidas cautelares impostas desde agosto.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foram os principais porta-vozes da indignação familiar. Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), Carlos afirmou que a decisão representa uma “grave violação” dos direitos do pai e que “a manutenção de cautelares severas contra um indivíduo que não foi denunciado após a conclusão de um inquérito é indefensável”.
Flávio, por sua vez, foi ainda mais incisivo, classificando o ex-presidente como um “refém” do sistema judicial. “Sem acusação, os fundamentos que justificariam as restrições cessam. Insistir nessas medidas representa mais graves violações. Mas é contra Bolsonaro! Então pode tudo e o silêncio reinará absoluto”, escreveu o senador.
A decisão de Moraes foi tomada no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de obstrução à Justiça envolvendo Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia formal contra Eduardo e Figueiredo, mas não incluiu o ex-presidente entre os acusados.
Apesar disso, Moraes entendeu que havia fundamentos suficientes para manter as medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados. Segundo juristas ouvidos pela imprensa, a decisão gerou controvérsia no meio jurídico: enquanto alguns defendem a legalidade da manutenção das medidas com base na gravidade dos fatos investigados, outros apontam para um possível excesso, já que Bolsonaro não foi formalmente denunciado.
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro teve início em 4 de agosto de 2025, após autorização do STF. Desde então, o ex-presidente tem permanecido em sua residência em Brasília, sob monitoramento eletrônico e restrições de comunicação.
A reação dos filhos de Bolsonaro ocorre em um momento de crescente tensão entre aliados do ex-presidente e o Judiciário. A narrativa de perseguição política tem sido recorrente entre os apoiadores do ex-mandatário, que veem nas decisões judiciais uma tentativa de inviabilizar sua atuação política futura.
Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro estuda novos recursos para tentar reverter a decisão de Moraes, alegando que a manutenção da prisão domiciliar sem denúncia formal fere princípios constitucionais como o devido processo legal e a presunção de inocência.






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