Flávio Bolsonaro acusa STF de interferência nas votações do Congresso Nacional

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Durante viagem à Itália, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de exercer influência indevida sobre o Congresso Nacional. Em declarações públicas, o parlamentar afirmou que “hoje, o Supremo manda no Congresso Nacional”, referindo-se a supostas pressões de ministros do STF sobre lideranças da Câmara dos Deputados e do Senado.

As falas ocorreram durante o evento “Brasil: democracia ou ditadura?”, realizado em Roma, que reuniu apoiadores bolsonaristas e parlamentares brasileiros. Flávio Bolsonaro integra uma comitiva que viajou à Itália para visitar a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa no país desde agosto. Também participaram os senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF).

O senador denunciou o que considera uma interferência direta do STF na tramitação do Projeto de Lei da Anistia — atualmente rebatizado como PL da Dosimetria — que trata da responsabilização de envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo Flávio, ministros do Supremo teriam feito contato com o presidente da Câmara para revisar o texto do projeto antes de sua votação.

“O ministro do Supremo ligar para o presidente da Câmara dos Deputados e falar: ‘Olha, que papo é esse aí de projeto de anistia que vocês estão discutindo? Eu quero ver esse texto, manda para cá que eu quero ver se eu autorizo’”, afirmou o senador.

Flávio também defendeu a chamada PEC da Blindagem, que busca limitar o alcance de decisões judiciais sobre parlamentares. Para ele, a proposta é essencial para garantir a “sobrevivência do poder legislativo” e não deve ser confundida com impunidade.

Até o momento, não houve resposta oficial do STF ou das presidências da Câmara e do Senado às declarações do senador. A CNN Brasil informou que procurou as assessorias dos órgãos envolvidos, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

As falas de Flávio Bolsonaro reacendem o debate sobre os limites entre os poderes da República e o papel do Judiciário na fiscalização de atos legislativos. A acusação de interferência direta do STF nas votações do Congresso é considerada grave e pode intensificar a polarização política no país.