
Em uma eleição marcada por disputas políticas internas, o deputado federal Gilberto Nascimento (PSD-SP) foi eleito o novo líder da Bancada Evangélica no Congresso Nacional. A votação, realizada na terça-feira (25), resultou em 117 votos para Nascimento, superando os 61 votos recebidos por seu principal adversário, Otoni de Paula (MDB-RJ).
A eleição de Nascimento representa uma mudança significativa no processo tradicional de aclamação da liderança da bancada, refletindo a crescente fragmentação interna do grupo. A Frente Parlamentar Evangélica, uma das mais influentes do Congresso, enfrenta desafios de coesão exacerbados pela polarização política entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nascimento, considerado alinhado ao conservadorismo, contou com o apoio de Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, aliado próximo do ex-presidente. Por outro lado, Otoni de Paula, que se distanciou de Bolsonaro após as eleições de 2022 e passou a se alinhar com o governo Lula, foi classificado como representante da ala "moderada" e governista.
A eleição de Nascimento deve dificultar as negociações do governo em pautas ideológicas e aumentar a força do bolsonarismo em questões polêmicas, como o PL do Aborto. A vitória de Nascimento também reflete a resistência do segmento evangélico ao petismo, com apenas 21% dos evangélicos aprovando o governo federal, segundo pesquisa Datafolha divulgada em fevereiro.
O novo líder da bancada evangélica afirmou que trabalhará pela defesa da família e por pautas contrárias ao aborto e à liberalização das drogas. "Vamos trabalhar muito por essas pautas, pautas que na verdade a sociedade clama por elas. Estou totalmente aberto pra discutir qualquer outra pauta", declarou Nascimento.
A eleição de Nascimento marca um novo capítulo na história da Frente Parlamentar Evangélica, que deverá enfrentar desafios significativos nos próximos anos, especialmente com a proximidade das eleições presidenciais de 2026.
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