Governador Cláudio Castro solicita transferência de dez líderes do crime do Rio para presídios federais

Tomaz Silva/Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou nesta terça-feira (28) ao governo federal a transferência de dez detentos considerados líderes de facções criminosas para presídios federais de segurança máxima. A medida foi autorizada pelo Ministério da Justiça e ocorre em resposta à escalada da violência na capital fluminense, atribuída a ordens emitidas de dentro das penitenciárias estaduais.

Segundo o governo estadual, os presos são apontados como integrantes do Comando Vermelho (CV) e estariam envolvidos na coordenação de ataques armados, bloqueios de vias e sequestros de ônibus registrados nos últimos dias. As ações criminosas teriam sido uma retaliação à megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, que resultou em 64 mortes — incluindo quatro policiais —, 15 agentes feridos, 86 prisões e a apreensão de 93 fuzis.

A decisão de transferir os detentos foi tomada após reuniões entre Castro e autoridades federais, incluindo os ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais). Embora o governador tenha manifestado intenção de ir pessoalmente a Brasília para discutir a crise, foi orientado a permanecer no estado. Uma comitiva federal deve visitar o Rio nesta quarta-feira (29) para acompanhar a situação de segurança pública.

“Mesmo encarcerados, esses criminosos continuam a comandar ações que colocam em risco a vida da população e dos nossos agentes de segurança. A transferência para presídios federais é uma medida necessária para enfraquecer o poder dessas lideranças”, afirmou Castro em publicação nas redes sociais.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça, será responsável por viabilizar a remoção dos detentos. Os nomes dos presos e os presídios de destino não foram divulgados por questões de segurança.

A transferência de presos para unidades federais é uma estratégia já utilizada em outras ocasiões para isolar lideranças do crime organizado e impedir a continuidade de suas atividades criminosas a partir do sistema prisional. As penitenciárias federais contam com rígidos protocolos de segurança e monitoramento, dificultando a comunicação externa dos detentos.

A crise de segurança no Rio reacendeu o debate sobre a eficácia das políticas de combate ao crime organizado e o papel do sistema prisional na perpetuação da violência urbana. A expectativa do governo estadual é que a medida represente um passo importante para conter a atual onda de ataques e restaurar a ordem na capital fluminense.