Governador de São Paulo afasta delegados envolvidos em escândalo de corrupção após assassinato de delator do PCC
- Luana Valente
- 21 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou o afastamento de dois delegados da Polícia Civil após serem citados na delação premiada de Vinícius Gritzbach, um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) que foi assassinado em novembro deste ano. Os delegados afastados são Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e Murillo Fonseca Roque, de São Bernardo do Campo.
A decisão foi tomada após a revelação de que Gritzbach, em sua colaboração com o Ministério Público, afirmou ter pago propina a um advogado que atuava como intermediário para obter favores do Deic. Gritzbach, que estava sendo investigado pelo departamento, alegou que o advogado Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves prometeu resolver seus problemas legais em troca de subornos substanciais.
Em uma coletiva de imprensa, Fabio Pinheiro Lopes negou as acusações, afirmando ser alvo de uma injustiça e que Gritzbach foi enganado pelo advogado. O delegado também destacou que todas as suas ações foram pautadas pela legalidade e transparência.
O caso ganhou notoriedade após o assassinato de Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, em novembro. O delator havia revelado esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo membros da facção criminosa e agentes da lei. A morte de Gritzbach levantou suspeitas sobre a segurança dos delatores e a integridade das investigações em curso.
O governador Tarcísio de Freitas afirmou que o afastamento dos delegados é uma medida necessária para garantir a imparcialidade das investigações e a confiança da população nas instituições de segurança pública. "Não toleraremos qualquer forma de corrupção ou conluio com o crime organizado. A Polícia Civil de São Paulo continuará a trabalhar incansavelmente para proteger os cidadãos e combater o crime", declarou o governador.
A investigação sobre as alegações de corrupção e o envolvimento dos delegados afastados continua em andamento, com o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil conduzindo as apurações necessárias para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos.
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