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Governo Lula intensifica ataque contra anistia e libera R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares


Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert

Brasília — Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou uma estratégia agressiva para conter o avanço da proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. A principal medida foi a liberação acelerada de R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares, com o objetivo de fortalecer sua base no Congresso e influenciar a pauta legislativa.


Segundo dados da plataforma de Transparência analisados pelo portal Metrópoles, o montante foi liberado ao longo das duas semanas em que o STF julgava Bolsonaro. Somente na terça-feira, 9 de setembro, foram pagos R$ 2,3 bilhões — o maior volume diário de emendas em 2025 e o nono maior da série histórica, desconsiderando a inflação.


Do total liberado, R$ 2,9 bilhões (91,3%) correspondem a emendas individuais, que são geralmente utilizadas por parlamentares para atender demandas locais e garantir retorno político. O restante foi dividido entre bancadas estaduais (R$ 142 milhões), comissões temáticas (R$ 80,8 milhões) e o relator do Orçamento (R$ 60,2 milhões).


A ofensiva do Planalto ocorre em um momento de tensão política, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sendo pressionado por diferentes alas do Centrão. Enquanto parte do grupo apoia a anistia, outra defende levar o projeto ao plenário para derrotá-lo definitivamente. O governo busca fortalecer essa segunda ala, contando com o posicionamento de Motta, que tem se mostrado contrário ao perdão aos condenados.


A liberação das emendas também visa reverter derrotas recentes sofridas pelo governo, como na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre fraudes no INSS, onde a oposição, com apoio do Centrão, conseguiu barrar indicações do Planalto para cargos estratégicos.


A movimentação do governo é vista como uma tentativa de persuadir sua base e atuar para que o projeto de anistia ganhe força no Congresso. Com as eleições de 2026 no horizonte, o Planalto busca apoios e garantias de que parlamentares sigam alinhados com Lula e atuando contra as iniciativas que possam fortalecer Bolsonaro politicamente.



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