Governo Trump avalia devolver visto de um dos ministros do STF
- Luana Valente
- há 17 horas
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O governo do presidente norte-americano Donald Trump estuda reativar o visto de entrada do ministro Edson Fachin, recém-eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A posse de Fachin está marcada para 28 de setembro, com mandato de dois anos à frente da Corte.
A iniciativa surge após uma série de sanções diplomáticas impostas por Washington, que incluíram a revogação dos vistos de oito ministros do STF, entre eles Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e o próprio Fachin. A medida foi justificada pelo Departamento de Estado como resposta a decisões judiciais brasileiras que, segundo autoridades americanas, comprometeriam liberdades civis e o ambiente democrático.
Fachin foi incluído na lista por ter votado, em 2020, pela constitucionalidade do inquérito das Fake News, relatado por Moraes. No entanto, pesa a seu favor o fato de não ter apoiado o bloqueio de redes sociais ou a suspensão da plataforma X (antigo Twitter) no Brasil.
Segundo apuração do portal Metrópoles, a reativação do visto de Fachin foi discutida em reunião entre integrantes do Departamento de Estado dos EUA, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo. A medida é vista como um gesto de boa vontade ao futuro chefe da Corte e uma tentativa de isolar Alexandre de Moraes, que tem sido alvo direto das sanções americanas.
A possível devolução do visto ocorre em meio a uma escalada de impasses diplomáticos. O presidente Lula criticou a postura de Trump, classificando-a como “inexplicável” e um “mau exemplo para o mundo”. No entanto, Trump ressalta que as ações da Suprema Corte, na relatoria do ministro Alexandre de Moraes, é uma verdadeira “caça às bruxas” e que visa promover uma “execução política” de Jair Bolsonaro.
Apesar da pressão internacional, ministros do STF indicam que não haverá mudanças na condução dos trabalhos da Corte, especialmente no julgamento da ação penal relacionada ao suposto golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A possível reativação do visto de Edson Fachin é um sinal de que, mesmo em meio a tensões políticas, ainda existe possibilidade para conciliação.
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